Portanto, no texto dissertativo - um tipo de texto lógico-expositivo - colocamo-nos criticamente perante alguma dimensão da realidade e, mais do que isso, fundamentamos nossas idéias;
explicitamos os motivos pelos quais pensamos o que pensamos.
Assim, quando escrevemos dissertativamente estamos exercitando a nossa capacidade crítica, a lucidez questionadora de nós mesmos e do mundo, a aventura de defender opiniões próprias, num contexto reflexivo - de discussão e de debate.
Trata-se, também, de uma experiência de comunicação: é necessário estruturar o texto dissertativo com organização lógica de idéias e com linguagem clara e adequada, para que ele possa persuadir o leitor.
Leitura Comentada: Um parágrafo dissertativo
O texto argumentativo pressupõe uma concepção da linguagem enquanto uma relação dialógica, uma vez que quem argumenta, o faz com vista a convencer um interlocutor. Isto significa poder movimentar-se dentro do texto segundo diferentes perspectivas, ter em mente uma representação do interlocutor e relacionar-se com ela, antecipando possíveis objeções, esclarecendo pontos de vista, defendendo argumentos, apresentando idéias contrárias e refutando-as. Desta forma, a argumentação se realiza num espaço entre o estabelecimento de um sujeito e a representação de um interlocutor.
(J.A. Durigan, M.B. Abaurre, Y. Frateschi Vieira (org.) - A magia da mudança - Vestibular Unicamp: Língua e literatura - Campinas, Editora da Unicamp, 1987)
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O Parágrafo dissertativo: ponto de vista e argumentação
O texto lido é um exemplo típico de parágrafo dissertativo. Para compreender as razões de tal afirmação, considere as seguintes definições:
"O parágrafo é uma unidade ded composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve alguma idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela".
(Othon M. Garcia - Comunicação em Prosa Moderna - Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1996)
"O parágrafo é uma unidade de composição suficientemente ampla para conter um processo completo de raciocínio e suficientemente curta para nos permitir a análise dos componentes desse processo, na medida em que contribuem para a tarefa da comunicação".
(Francis X. Trainor e Brian K. McLaughlin - citados por Otho M. Garcia - Comunicação em Prosa Moderna - Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1996)
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